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Conforme o Campo Grande News , os fazendeiros estão optando por um método antigo: acender fogueiras na pastagem para aquecer os animais. Após os registros dos óbitos, vídeos e fotos de animais aglomerados em volta de uma fogueira já circulam nas redes sociais.
Os produtores não quiseram dar entrevista, só justificaram que adotam a alternativa nos períodos de frio conforme os costumes dos antepassados.
Na região pantaneira, onde 60% dos óbitos foram confirmados, a prática tem se disseminado entre as propriedades.
De acordo com o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Daniel Ingold, a inversão térmica pode fazer mais vítimas nos próximos dias.
“O frio, acompanhado de chuva, garoa e vento resulta na morte por hipotermia. Estamos visitando as fazendas e sabemos que esse número de animais mortos pode aumentar”.
A veterinária de grandes animais, Tábitha Perondi, explica que não é comum fazer fogueiras, mas é uma alternativa.
“O ideal seria ter árvores para proteger o animal do calor e do frio. Mas na falta de bosques e em áreas descampadas essa pode ser uma forma de proteção térmica”, afirma.
Ela ressaltou a importância do bem-estar do gado, pois impacta diretamente na produção.
“Eu gosto de explicar o conforto térmico com uma pergunta: você gostaria de passar todos os dias da sua vida, o tempo todo no sol, na chuva e no frio?! Acredito que não. Com os animais é a mesma coisa, independente da espécie e tipo de produção. Os bosques conferem aos animais proteção contra calor, sol, frio e vento, por isso são tão importantes quando falamos de produção animal. Em situação de estresse térmico os animais comem menos, gastam mais energia causando perdas tanto em peso, como até mesmo, em reprodução. Como diz uma música que meu pai costuma cantar pra mim "o boi é bicho, mas tem alma sob o couro".
Por: Amanda Cristina - Jornal A Princesinha News