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"Falta de água e surto de sarna" Condições desumanas revelam sofrimento dos detentos em MS

Foto: Divulgação Defensoria Pública de MS

A Penitenciária Estadual de Dourados, considerada a maior prisão de segurança máxima de Mato Grosso do Sul, está enfrentando uma situação alarmante que chocou até os defensores públicos, habituados a lidar com problemas cotidianos.

Durante uma inspeção realizada na semana passada em resposta a denúncias de um surto de sarna e furúnculos, o grupo de defensores descobriu que os detentos estão enfrentando dificuldades significativas para combater as doenças, devido às celas superlotadas, à falta de água para higiene pessoal e ao tempo limitado para o banho de sol.

O defensor público Lucas Pimentel, coordenador do Nupiir (Núcleo de Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica), expressou sua consternação diante da situação encontrada. "A situação em que encontramos os presos, cheios de feridas abertas, furúnculos e sarna, dormindo em cobertores no chão e em um calor insuportável, com as celas fechadas e sem ventilação é uma das coisas mais tristes que vi na vida."

Pimentel ressaltou a falta de preocupação das autoridades ao não fornecerem os remédios necessários para o tratamento. "Nem para animais se aceita esse tratamento e essas condições. Não dá para acreditar que são pessoas sendo tratadas desta forma."

O coordenador do Nuspen (Núcleo do Sistema Penitenciário), Cahuê Urdiales, afirmou que as medidas tomadas até o momento, como a troca dos colchões pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), são insuficientes diante da gravidade da situação. Dos 2,4 mil detentos na prisão, 500 estão atualmente infectados com uma ou ambas as doenças.

Thaísa Defante, coordenadora do Nudedh (Núcleo dos Direitos Humanos), destacou a falta de água na maior parte da unidade. "O racionamento por si só já é violador de direitos básicos, já que os cidadãos suportam o calor que vem fazendo, agravando as condições da prisão, mas em se tratando do tratamento de doenças infecciosas, tanto pior, pois não há como fazer uma higiene adequada."

Diante dessa clara violação dos direitos humanos, o defensor Daniel Calemes, do Nucrim (Núcleo Criminal), reforçou a gravidade da situação. "Racionamento de água, ínfima quantidade de banho de sol, ausência de fornecimento de materiais de limpeza e higiene pessoal, celas com pouca circulação de ar e luz natural."

Relatórios detalhados com imagens foram enviados à Agepen e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) após a vistoria. A Defensoria Pública aguarda notícias sobre o plano de combate à crise sanitária e se reuniu com o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, para cobrar providências. A urgência de medidas efetivas é evidente diante da gravidade da situação.



Por: Francis Leone - Jornal A Princesinha News


Com informações do Campo Grande News

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