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Cacique é encontrado morto em território de mineradora

Divulgação Agência Brasil 

No último dia 4 de março, o cacique Merong Kamakã Mongoió foi encontrado morto em Brumadinho (MG), onde liderava um grupo de indígenas pataxó-hã-hã-hãe que há mais de dois anos ocupavam um terreno pertencente à mineradora Vale. A retomada do território, batizado como Aldeia Kamakã Mongoiõ, representava para o grupo uma busca por condições dignas de vida e preservação ambiental, mas a situação tornou-se objeto de disputa na Justiça.

Os kamakãs mongoiós, antes dispersos em áreas urbanas da região, instalaram-se no local em outubro de 2021, em um movimento de resistência e retomada cultural. Em vídeos divulgados pela União Nacional Indígena (UNI), Merong explicou que a iniciativa visava garantir direitos negados durante a pandemia de COVID-19, como vacinação e acesso a alimentos. A terra, apesar de ser propriedade da Vale, era vista pelos indígenas como essencial para sua sobrevivência e preservação cultural.

O ativista Merong Kamakã Mongoió, de 36 anos e natural de Contagem (MG), desempenhava papel fundamental na luta pela proteção dos territórios indígenas. Vídeos mostram cerimônias de demarcação simbólica da terra, onde Merong afirmava: "O nosso corpo pode servir até de adubo para essa terra, mas daqui nós não saímos." Entretanto, sua morte levanta questionamentos, com pessoas próximas alegando que foi um assassinato disfarçado de suicídio.

A Vale, procurada pela Agência Brasil, afirmou que o terreno era destinado à recuperação ambiental e enfrentava questões judiciais. A mineradora lamentou a morte de Merong, mas a comunidade indígena e organizações civis manifestam preocupação com a segurança e os direitos dos kamakãs mongoiós.

A Polícia Civil e a Polícia Federal estão investigando o caso, considerando diversas linhas de investigação. A morte de Merong Kamakã Mongoió, que pertencia à sexta geração da família Kamakã Mongoió, destaca a violência enfrentada pelos povos pataxó-hã-hã-hãe. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e diversas organizações civis expressaram luto, enquanto a deputada Célia Xakriabá reforçou a importância da luta contínua.

A morte de Merong junta-se a outros episódios violentos envolvendo indígenas pataxó-hã-hã-hãe, reforçando a necessidade de proteção e reconhecimento dos direitos dessas comunidades.




Por: Luana Moura - Jornal A Princesinha News



**Agência Brasil**

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