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Diabetes não controlado pode causar infarto e AVC

Agência Brasil 

Nesta quarta-feira (26), Dia Nacional do Diabetes, o cardiologista Flávio Cure, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Europeia de Cardiologia, destacou os riscos cardiovasculares associados ao diabetes não controlado. Entre as complicações citadas estão hipertensão, infarto do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral (AVC) e aneurisma vascular.

O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica que resulta da falta de insulina no organismo ou da incapacidade desta em exercer seus efeitos, causando hiperglicemia persistente. Muitas pessoas desconhecem que têm diabetes devido aos sintomas frequentemente passarem despercebidos.

Cure, que também coordena o Centro de Estudos do Hospital CopaStar da Rede D’Or, recomenda check-ups periódicos com um clínico geral para triagem do diabetes. “Um sintoma frequente do diabetes, que muitas vezes passa despercebido, é o aumento da sede e da frequência urinária. No início, o diabetes tipo 2 é geralmente assintomático”, disse à Agência Brasil.

Além de sede frequente e urinação excessiva, outros sintomas incluem cansaço crônico e falta de energia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), diabéticos têm maior incidência de infarto agudo do miocárdio e AVC, com maior gravidade e mortalidade em mulheres.

Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil ocupa a quinta posição mundial em incidência de diabetes, com 16,8 milhões de adultos afetados. A projeção para 2030 é de 21,5 milhões de casos.

Dados da IDF indicam que até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem devido a problemas cardíacos. Cure enfatiza que controlar o nível de glicose, colesterol e realizar exercícios físicos são essenciais para evitar riscos de infarto. "Fumar agrava ainda mais a condição”, alertou.

Diabéticos podem sofrer de neuropatia autonômica, que causa síncopes, e AVCs que podem ser confundidos com hipoglicemia. A insuficiência vascular periférica também é uma preocupação, podendo levar à gangrena e amputações. "Com cuidados adequados, esses problemas podem ser evitados", afirmou Cure.

Saúde renal e diabetes

Pedro Tulio Rocha, presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro (Sonerj), ressalta que o aumento de açúcar no sangue sobrecarrega os rins, sendo uma das principais causas de doença renal crônica e transplantes. O último Censo Brasileiro de Diálise (2023) mostra que 32% dos pacientes em diálise têm diabetes.

Rocha explicou que o excesso de glicose é lesivo às células renais, levando à aterosclerose e danos aos rins. Diabetes e hipertensão são as principais causas de necessidade de diálise. A progressão para doença renal avançada ocorre com a presença do diabetes estabelecido.

Exercício físico como prevenção

Um estudo recente no British Journal of Sports Medicine revela que exercícios de intensidade moderada a vigorosa reduzem a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, especialmente em indivíduos com alto risco genético.

A endocrinologista Rosita Fontes, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), afirma que a prática de atividades físicas regula os níveis de açúcar no sangue, melhorando a ação da insulina. Ela recomenda iniciar com exercícios leves e aumentar gradualmente a intensidade.

Fontes destaca que o exercício físico é essencial para o controle do diabetes tipo 1 e tipo 2, potencializando o tratamento medicamentoso. Antes de iniciar qualquer atividade física, é importante consultar um médico para avaliar as condições físicas e determinar a intensidade e duração adequadas dos exercícios.

O diabetes tipo 2 é mais comum, representando 90% dos casos e afetando principalmente adultos. O tipo 1, mais raro, ocorre geralmente em jovens e é caracterizado pela falta de produção de insulina pelo organismo.

No Dia Nacional do Diabetes, a mensagem é clara: controle adequado, exercícios físicos regulares e consultas médicas periódicas são fundamentais para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos.



Por: Francis Leone - Jornal A Princesinha News 

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