Foto: Reprodução/Fiocruz |
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e da Gerência de Doenças Endêmicas, confirmou nesta quarta-feira (12) o primeiro caso de Febre do Oropouche em Mato Grosso do Sul. A paciente, uma mulher de 42 anos residente em Campo Grande, contraiu a doença na Bahia, conforme a identificação do Local Provável de Infecção (LPI).
De acordo com Jéssica Klener Lemos dos Santos, gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES, serão implementadas diversas ações complementares em parceria com os municípios. Essas ações incluem a sistematização de informações sobre casos suspeitos e confirmados, como deslocamentos, sintomas e quadro clínico, além da coleta de amostras de outros pacientes para testes realizados pelo LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul), visando fortalecer a vigilância da doença.
“O caso registrado em Mato Grosso do Sul está sendo tratado como alóctone, ou seja, quando a doença é importada de outra localidade. A paciente em questão fez uma viagem recente à Bahia, onde o estado registrou mais de 600 casos confirmados neste ano”, explicou Jéssica.
Orientações e Prevenção
A Gerência de Doenças Endêmicas elaborou uma nota técnica para orientar os profissionais de saúde dos municípios sobre ações de vigilância, prevenção e controle da Febre do Oropouche no Estado.
O que é a Febre do Oropouche?
A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados principalmente na região amazônica, mas também em outros países da América Central e do Sul, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.
Transmissão
A doença é transmitida principalmente por mosquitos. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus.
Existem dois ciclos de transmissão da doença:
Ciclo Silvestre: Animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus, e o mosquito Culicoides paraenses (conhecido como maruim ou mosquito-pólvora) é o principal transmissor.
Ciclo Urbano: Humanos são os principais hospedeiros, com o mosquito Culicoides paraenses sendo o vetor principal.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso e receber tratamento sintomático, com acompanhamento da rede de saúde.
Casos no Brasil
O Brasil tem observado um aumento significativo no número de casos de Febre do Oropouche. Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, já foram registrados 6.207 casos em 2024, comparados a 835 em 2023. Todos os estados da região norte, exceto Tocantins, registraram casos autóctones. Na região extra-amazônica, Piauí, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina também registraram casos autóctones. Até o momento, o país não registrou nenhuma morte pela doença.
Por: Francis Leone - Jornal A Princesinha News
Com colaboração do Ministério da Saúde