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Familiares de jovens mortos pela PM em Aquidauana sugerem chacina em nota de repúdio

Foto: Divulgação 

Familiares dos jovens mortos pela polícia durante um suposto confronto estão utilizando as redes sociais para pedir mais esclarecimentos sobre os fatos, alegando que a versão apresentada pelos militares não condiz com a verdade.

NOTA DE REPÚDIO

Abaixo, a transcrição da nota publicada pelos familiares: 

Aquidauana, 08 de setembro de 2024.

Divulgação 

"Nós, familiares de Lucas Moura Escobar, Leonardo de Lima Medeiros e Juan Thalles Miranda dos Santos, expressamos nosso profundo repúdio à conduta dos policiais envolvidos na morte de Lucas, Leonardo e Juan. Consideramos suas ações inaceitáveis, ofensivas e contrárias aos princípios nos quais acreditamos.

Acreditamos que o papel da Polícia Militar é garantir a segurança da sociedade, e não tirar a vida de pessoas de forma brutal e cruel, sem que elas tenham direito à defesa ou julgamento. É inaceitável que aqueles responsáveis por zelar pela segurança pública e pela proteção dos cidadãos ajam dessa maneira, ceifando vidas. A violência policial, quando ocorre, mina a confiança da população nas instituições e viola os princípios fundamentais de justiça e igualdade.

O comportamento de todos os policiais envolvidos na ação do dia 06/09/2024, conforme citado no Boletim de Ocorrência e amplamente divulgado nos veículos de comunicação da região, não condiz com o ocorrido no local, confirmado por duas testemunhas oculares e outras evidências.

Se houve um confronto e troca de tiros, como foi relatado, por que as munições apreendidas estão intactas?

Por que nenhum policial foi ferido, se as vítimas eram descritas como "bandidos perigosos e armados"?

Por que os tiros foram disparados com as vítimas já rendidas e ajoelhadas?

Por que os projéteis atingiram a parte posterior das vítimas?

Será que o plano era uma chacina, que não se concretizou apenas porque havia um bebê de um mês de vida no local?

Por que as testemunhas foram trancadas em um quarto e pressionadas a aceitarem uma versão que não condiz com os fatos?

Por que uma quantidade tão grande de tiros foi disparada?

Este foi um total desrespeito ao direito à vida. Lamentamos profundamente o uso excessivo e desproporcional da força. A segurança pública só pode ser realizada de forma plena quando baseada no respeito à dignidade humana. Nenhuma família merece passar por uma situação como esta, que poderia ter sido evitada.

Este ato de extrema violência é inaceitável e repugna todos os valores de respeito à vida, dignidade humana e justiça que defendemos. Reiteramos nossa confiança nas autoridades competentes para que os responsáveis sejam devidamente identificados e punidos com o rigor da lei.

Atenciosamente,  

Familiares de Lucas, Leonardo e Juan."

A publicação foi acompanhada de fotos dos três jovens mortos.

Versão da Polícia

Na tarde de sexta-feira (06), uma operação policial envolveu a Força Tática do 7º BPM, que interveio em um conflito em uma propriedade no Distrito de Cipolândia, região de Aquidauana. Moradores denunciaram que um grupo armado estava em uma chácara, efetuando disparos.

Diante da gravidade da denúncia, a equipe policial pediu reforços. Com a chegada de uma segunda equipe, os policiais se aproximaram do local e avistaram três suspeitos manipulando armas de fogo. Os policiais ordenaram que os suspeitos largassem as armas e se identificaram como policiais, mas foram ignorados. Em resposta, os suspeitos apontaram suas armas para os policiais e dispararam.

Os policiais reagiram e atingiram os suspeitos. Eles foram socorridos e levados ao hospital de Aquidauana, onde não resistiram aos ferimentos e faleceram.

Os mortos foram identificados como Juan Thalles Miranda dos Santos, de 24 anos, Leonardo de Lima Medeiros, de 28, e Lucas Moura Escobar, conhecido como "Jacaré", de 29. Todos possuíam extensa ficha criminal. Na operação, foram apreendidas três armas de fogo, uma quantidade significativa de maconha e um macaco acorrentado, com sinais de maus-tratos.

Divulgação 

Nenhum policial foi ferido durante a ação.

O espaço está aberto para que a Polícia Militar forneça maiores esclarecimentos, uma vez que não houve nenhuma coletiva de imprensa sobre o caso.



Por: Marcos Vinicius - Jornal A Princesinha News 

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