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Mães, alunas e professoras de uma escola municipal de Campo Grande denunciaram uma situação preocupante que se arrasta há meses. O marido da diretora tem livre acesso às dependências da instituição e é acusado de comportamento inadequado, como observar crianças trocando de roupa no banheiro.
A denúncia, que já chegou à superintendência da Secretaria Municipal de Educação (Semed), não é segredo na escola. Um coro crescente de alunas, professoras e mães expressa preocupação e insegurança diante da presença do homem, cuja filha estuda na unidade.
Acesso sem supervisão
Apesar das normas escolares restringirem a permanência de pais nas dependências durante o horário de aulas, o homem tem circulado livremente pela escola, conforme registros feitos por mães. Vídeos e fotos mostram o acusado andando pelos corredores e até na cozinha, sem supervisão, como se fosse um funcionário. Essa liberdade de circulação contraria as regras que permitem aos pais apenas deixar ou buscar seus filhos, ou participar de reuniões.
As mães também relataram que o homem participa de eventos e reuniões restritas, algo que não é permitido aos demais pais de alunos. A situação levantou críticas sobre os privilégios exclusivos concedidos ao marido da diretora.
Acusações de assédio
As denúncias mais graves envolvem alunas do curso de balé oferecido pela escola. Meninas entre 6 e 12 anos reclamaram que o homem permanecia próximo ao banheiro enquanto elas se trocavam. As alunas relataram o desconforto para a professora de balé, que foi demitida pouco tempo depois, em julho deste ano. A demissão causou indignação entre as mães, que se uniram para buscar respostas.
Há também relatos de intimidação contra as crianças que fizeram as reclamações, e algumas mães sentiram-se acuadas a denunciar a situação. No entanto, o grupo decidiu seguir em frente com a denúncia, levando o caso à imprensa.
Ação da Semed
A Secretaria Municipal de Educação foi informada sobre a situação desde julho de 2024. Em uma reunião realizada no dia 12 daquele mês, mães relataram a presença do marido da diretora como um problema, apontando o desconforto das crianças com sua constante presença na escola. Na ocasião, a superintendência da Semed prometeu acompanhar o caso e orientou a diretora sobre as regras de permanência de familiares nas unidades escolares.
Seis dias depois, a Semed informou que a diretora foi orientada sobre a presença inadequada do marido na escola e garantiu que as regras seriam cumpridas. Em nota, a Semed afirmou que os fatos estão sendo averiguados pela Assistência Jurídica da secretaria e que medidas administrativas serão tomadas, caso sejam necessárias. A secretaria destacou que não compactua com comportamentos inadequados nas unidades escolares e toma as precauções necessárias em situações como essa.
A versão da diretora
Procurada pela reportagem, a diretora negou que o marido tenha "livre acesso" à escola e afirmou que ele esteve na unidade apenas em situações pontuais para tratar de assuntos relacionados à filha. Quanto à acusação de que o homem observava as crianças trocando de roupa, a diretora alegou que houve apenas um episódio no início do ano, quando ele entrou no banheiro feminino para buscar a filha, que estava demorando para sair.
A diretora também apresentou uma ata de reunião, datada de 8 de outubro, que registra a presença do marido na escola para tratar de questões pessoais da filha com a professora.
Enquanto as investigações continuam, o caso segue gerando indignação e preocupação entre os pais e responsáveis, que aguardam uma resolução das autoridades competentes.
Por: Leandro Morais - Jornal A Princesinha News
*Com informações do site MídiaMax*