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| Foto: Jornal A Princesinha News |
Uma mulher de 34 anos, mantida em cárcere privado por mais de 15 anos pelo marido, um subtenente aposentado do Exército Brasileiro, foi resgatada em Anastácio. O resgate foi possível graças à coragem da vítima e ao esforço conjunto de familiares e autoridades locais.
O relacionamento do casal começou há 17 anos, e eles têm dois filhos, de 8 e 6 anos. Inicialmente, moravam no Amazonas, mas a transferência do subtenente para Aquidauana marcou o início de um isolamento forçado para a mulher. Sob constantes ameaças, ela era impedida de manter contato com a família, que vive em Manaus.
Conforme investigações, o militar utilizava violência psicológica e estratégias de controle, como promessas falsas de viagens e ameaças envolvendo uma arma de fogo, para manter a vítima sob seu domínio. Em um episódio chocante, o pai da vítima a encontrou em condições degradantes, sugerindo possível uso de medicamentos para dopá-la. Mesmo conseguindo resgatá-la temporariamente, o militar forçou o retorno da mulher, aprofundando o ciclo de abusos.
A situação chegou ao limite em novembro deste ano, quando, durante uma viagem à Bolívia, a vítima conseguiu ligar para a mãe e enviar sua localização. Esse gesto de desespero foi essencial para que um primo militar acionasse o Programa Mulher Segura (Promuse) da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Com apoio do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), uma operação foi montada para retirar a mulher da casa em segurança. Apesar do medo inicial de colaborar com a polícia, ela foi convencida após saber que a mãe havia vindo de Manaus para ajudá-la.
A intervenção foi estratégica e rápida, já que o subtenente havia preparado um motorhome para fugir. As autoridades conseguiram liberar a mulher e as crianças, que agora estão sob os cuidados da família no Amazonas. A vítima está em recuperação após anos de sofrimento físico e emocional.
O caso foi registrado como violência doméstica na Delegacia de Polícia Civil de Anastácio, e a Justiça concedeu medida protetiva à vítima. A família busca retomar uma vida de paz, enquanto o processo judicial contra o agressor segue em andamento.
A reportagem entrou em contato com o Comando Militar do Oeste (CMO) para comentários, mas ainda não obteve resposta.
Por: Carlos Henrique - Jornal A Princesinha News
*Com algumas informações do Campo Grande News*
