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Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.
Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.
A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu "violência sexual não recente".
As idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela passou por 30 atendimentos médicos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia. O caso, que comoveu o país.
JÚRI
Na última quinta-feira (5), Christian Campoçano Leitheim, 27, e Stephanie de Jesus da Silva, 26, padrasto e mãe da menina, foram condenados pela morte da criança.
Christian recebeu pena de 32 anos de prisão por homicídio doloso, qualificado por motivo fútil e meio cruel, e pelo estupro da enteada. Já Stephanie foi sentenciada a 20 anos, acusada de omissão ao permitir que a filha fosse assassinada.
As provas e depoimentos que selaram a condenação
O julgamento, realizado em dois dias, trouxe à tona detalhes estarrecedores. Jurados ouviram depoimentos de profissionais que acompanharam o caso: desde o policial que atendeu à ocorrência até o legista responsável pelo exame de Sophia. A perícia revelou que a menina sofreu um trauma grave na coluna cervical, hemorragia interna e sinais de violência sexual, evidenciando um histórico de agressões.
A acusação sustentou que a morte de Sophia ocorreu após espancamento realizado pelo padrasto, com a conivência da mãe. A defesa de Stephanie alegou que ela desconhecia a gravidade das ações do companheiro e argumentou que a ré vivia em um ciclo de violência doméstica, impossibilitada de proteger a filha. Já os advogados de Christian afirmaram que a lesão fatal poderia ter sido agravada durante uma tentativa desajeitada de socorrer a menina.
Reviravoltas no tribunal
No plenário, a defesa de Christian apresentou áudios trocados entre ele e a mãe de Sophia, enquanto Stephanie chorava compulsivamente, descrevendo o ex-companheiro como manipulador e perigoso. Em contrapartida, a acusação reforçou que ambos estavam no local no momento da morte e deveriam ser responsabilizados igualmente.
Para os jurados, os argumentos da acusação prevaleceram. A sentença foi lida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, que destacou a gravidade dos crimes e aplicou penas que, juntas, somam 52 anos de prisão.
Embora a defesa tenha anunciado que recorrerá da decisão, a condenação foi celebrada como um passo importante na busca por justiça para Sophia, cuja breve vida foi marcada por sofrimento e violência.
Por: Francis Leone - Jornal A Princesinha News
*Com informações do g1 e Campo Grande News*