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Em mais um caso de óbito no Hospital Regional Dr. Estácio Muniz, em Aquidauana, uma esposa denuncia o que descreve como negligência médica no atendimento ao seu marido, Sebastião, de 55 anos. Ele faleceu no dia 2 de dezembro de 2024, após um quadro de complicações decorrentes de uma obstrução intestinal, inicialmente tratada no Hospital de Nioaque.
Segundo o relato da esposa, Sebastião começou a sentir fortes dores abdominais no dia 20 de novembro e foi encaminhado ao hospital de Nioaque, onde exames diagnosticaram fezes endurecidas no intestino. Apesar dos procedimentos realizados, como introdução de uma sonda nasal, ele continuou a vomitar líquidos com fezes, e foi solicitada sua transferência para Aquidauana, onde chegou por volta das 19h.
No Hospital de Aquidauana, ele passou por diversos exames e foi colocado em dieta zero, mas o médico responsável descartou inicialmente a necessidade de cirurgia, optando por outros procedimentos. Contudo, as dores persistiram, e no dia 23 de novembro, Sebastião foi submetido a uma cirurgia de obstrução intestinal.
Após a cirurgia, o paciente parecia ter apresentado melhora no dia seguinte, caminhando e até se alimentando. Porém, na madrugada do dia 25 de novembro, as dores voltaram de forma intensa, e ele sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. Durante o atendimento, foram drenados três litros de líquido contendo fezes de seu intestino.
Os dias seguintes foram marcados por idas e vindas de procedimentos médicos. No dia 26 de novembro, após piora no quadro, ele foi levado à UTI. A esposa foi informada de que houve retrocesso na recuperação, com a necessidade de uma nova cirurgia devido a fissuras internas que provocaram vazamento de fezes na cavidade abdominal. Desta vez, foi implantada uma bolsa de colostomia.
O estado de saúde de Sebastião continuou a se agravar. Ele desenvolveu insuficiência renal e precisou passar por hemodiálise. Apesar de algumas melhoras aparentes, no dia 2 de dezembro, a esposa relata que ele apresentava sinais preocupantes, como extremidades frias e pálidas. Naquela noite, foi informada sobre o falecimento de seu marido.
No atestado de óbito constam como causas: choque séptico, perfuração abdominal e laparotomia. Revoltada, a esposa atribui a morte à demora nos procedimentos e à suposta negligência médica. "Meu esposo era um homem saudável, trabalhador rural. Se a cirurgia tivesse sido feita corretamente desde o início, nada disso teria acontecido", desabafou.
O caso levanta questionamentos sobre a condução do atendimento hospitalar e reforça a necessidade de investigações mais aprofundadas. A família de Sebastião exige respostas e pretende buscar justiça pela morte prematura e trágica do trabalhador rural.
Sebastião, de 55 anos |
A reportagem tentou contato com o Hospital Regional Dr. Estácio Muniz para obter um posicionamento sobre o ocorrido, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.
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Por: Redação - Jornal A Princesinha New