A Princesinha News - Aquidauana - Mato Grosso do Sul

Publicidade

Projetos inovadores transformam realidade de indígenas privados de liberdade em MS

Divulgação Governo MS

Nascida e criada na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, a reeducanda D. N. R., de 28 anos, cumpre pena desde 2018 no Estabelecimento Penal Feminino “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí. Ela é uma das 12 indígenas custodiadas na unidade, onde a cultura dos povos originários é valorizada no dia a dia por meio de manifestações culturais e capacitações alinhadas à realidade desse público.  

“Me sinto acolhida aqui, nunca me senti discriminada; nas festividades, a gente pode mostrar um pouco da nossa cultura, canta, dança, se pinta e usa o cocar. Posso mostrar meu orgulho por pertencer ao povo indígena”, compartilha a reeducanda da etnia Terena. Ela participou de diversos cursos, incluindo a confecção de peças em resina com temas inspirados na fauna do Mato Grosso do Sul.  

Essa realidade reflete as políticas inovadoras implementadas pelo estado. A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) tem adotado medidas inclusivas que garantem respeito e valorização da identidade indígena no ambiente prisional. Em Mato Grosso do Sul, 431 indígenas estão sob custódia, conforme o Mapa Carcerário de setembro de 2024, com 211 deles concentrados em Dourados, cidade estratégica para o desenvolvimento de iniciativas voltadas a esse público.  

A Penitenciária Estadual de Dourados (PED), unidade com o maior número de internos indígenas no Brasil, é um exemplo do compromisso com a inclusão. Dos 205 indígenas custodiados, muitos têm acesso a documentos básicos, educação e atividades produtivas. Desde agosto de 2024, a unidade oferece aulas em Português e Guarani, abrangendo alfabetização e ensino até o quinto ano para 27 internos.  

Além das aulas regulares, os internos participam de atividades de arte e educação física nesse formato bilíngue. Placas informativas em Guarani foram instaladas para facilitar a comunicação com visitantes indígenas. O projeto “Conhecimento para Combater o Preconceito” também promove discussões sobre diversidade cultural e étnica entre os detentos.  

Outros projetos em Mato Grosso do Sul complementam esse trabalho. Em Amambai, onde 16% dos internos são indígenas, o projeto “Py’a Mbarete” (“Coração Valente”) promove oficinas de artesanato, música e palestras sobre saúde. Já em Naviraí, o projeto “Tembiaporã: Che Añekambia” trabalha com produção de artesanato tradicional e ensino da língua Guarani Kaiowá, buscando fortalecer a identidade cultural e facilitar a reinserção social dos internos.  

Com essas ações, Mato Grosso do Sul lidera um movimento que integra cultura, cidadania e ressocialização no sistema prisional. As iniciativas não apenas valorizam as raízes dos povos originários, mas também abrem caminhos para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.  



Por: Lucas Lima - Jornal A Princesinha News

Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade

Publicidade

Publicidade