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Força-Tarefa Resgata 35 Indígenas de Condições Análogas à Escravidão em SP

Campo Grande News

No dia 17 de março, uma operação conjunta resgatou 35 indígenas da etnia Guarani-Kaiowá que eram submetidos a condições análogas à escravidão no interior de São Paulo. Originários de uma aldeia em Amambai, Mato Grosso do Sul, a 351 km da Capital, os trabalhadores enfrentavam situações degradantes, incluindo alimentação precária e a necessidade de compartilhar a mesma água utilizada por animais.

Conforme o site Campo Grande News, O resgate só foi divulgado oficialmente em 20 de março pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Os indígenas haviam chegado à cidade de Pedreira, SP, 15 dias antes, contratados de forma informal por uma empresa prestadora de serviços para um grande frigorífico do estado. Sem registro em carteira ou exames médicos admissionais, foram alocados para trabalhar diariamente na coleta de frangos em diferentes propriedades rurais, sem qualquer equipamento de proteção.

Condições Degradantes

Os trabalhadores estavam alojados em uma residência com apenas três quartos, um chuveiro e dois sanitários. Devido à falta de espaço, alguns dormiam em varandas, expostos ao frio e à chuva, enquanto outros se acomodavam na garagem, onde havia baratas e percevejos, ou ainda no corredor e na cozinha, ao lado do botijão de gás.

Não havia armários para guardar pertences, nem mesas ou cadeiras para refeições. A única comida encontrada durante a fiscalização foi um arroz empapado sobre o fogão. Além disso, os trabalhadores não tinham espaço adequado para lavar ou secar suas roupas, sendo que alguns estavam usando a mesma vestimenta havia duas semanas. O alojamento era descrito como sujo, fétido e sem qualquer condição digna de moradia.

Promessa de Trabalho Formal e Alício

O MPT revelou que os indígenas foram recrutados diretamente na aldeia em Amambai sob a promessa de trabalho formal, com alojamento adequado e alimentação garantida pela empresa contratante, uma terceirizada. No entanto, a realidade encontrada era completamente diferente. O cacique da aldeia recebeu R$ 70 por cada trabalhador enviado ao local.

A força-tarefa que realizou o resgate contou com a participação do MPT, do Ministério do Trabalho e Emprego, da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Federal. Diante das irregularidades, a Auditoria Fiscal determinou a paralisação imediata das atividades e a dispensa dos trabalhadores por culpa do empregador, garantindo também seu retorno à aldeia de origem.

Indenizações e Direitos Trabalhistas

A Inspeção do Trabalho apurou o pagamento de verbas rescisórias no total de R$ 170 mil, além de R$ 85 mil em danos morais individuais, negociados entre o MPT e a DPU. No total, R$ 255 mil serão pagos diretamente aos trabalhadores resgatados.

O caso destaca a vulnerabilidade de comunidades indígenas a situações de exploração laboral e a necessidade de fiscalização rigorosa para evitar novas ocorrências desse tipo.


Por: Redação - Jornal A Princesinha News

 

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