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Ilustrativa |
Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com base em registros do Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN), revelam um cenário preocupante em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o estado registrou 14.158 notificações de problemas de saúde relacionados ao trabalho — um crescimento de 19% em comparação a 2023, quando foram contabilizados 11.831 casos. O aumento é ainda mais expressivo se considerado o intervalo dos últimos quatro anos: 175%.
Campo Grande se destaca negativamente ao ocupar a 25ª posição entre as cidades com maior número de notificações no país. Entre os principais agravos estão acidentes de trabalho graves, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, exposição a material biológico, intoxicações exógenas, LER/DORT, perda auditiva induzida por ruído (PAIR), pneumoconioses, transtornos mentais e acidentes envolvendo crianças e adolescentes de até 17 anos.
É importante frisar que os números apresentados pelo SINAN refletem apenas os casos oficialmente notificados ao Ministério da Saúde, não representando a totalidade das ocorrências, já que muitos episódios não chegam a ser comunicados aos órgãos competentes.
Um dos destaques do relatório é o crescimento dos casos de adoecimento mental no ambiente laboral. Em 2024, foram concedidos 6.982 benefícios previdenciários por motivos de saúde mental — um aumento de 52% em relação a 2023, que registrou 4.597 auxílios-doença acidentários por causas semelhantes. Dentre os afastamentos por transtornos psicológicos, cerca de 30% foram devido à depressão e 33% por transtornos de ansiedade.
Os setores que mais concentram notificações são a administração pública (17%), os serviços hospitalares (14%) e o setor bancário (8%), evidenciando a pressão e os riscos enfrentados por trabalhadores dessas áreas. O levantamento acende um alerta sobre a importância de políticas eficazes de prevenção e cuidado com a saúde física e mental dos trabalhadores em Mato Grosso do Sul.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News