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Revelado pelo portal Metrópoles, um esquema bilionário de descontos fraudulentos aplicados sobre aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mobilizou a Polícia Federal (PF) em uma grande operação na última quarta-feira (23/4). A Operação Sem Desconto investiga a atuação de entidades que causaram um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões por meio da filiação irregular de aposentados e descontos indevidos diretamente na folha de pagamento.
Como parte da ação, a PF cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão, além de realizar seis prisões. O caso também resultou no afastamento judicial do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros membros da alta cúpula do órgão.
Segundo as investigações, o esquema começa com a criação das associações fraudulentas, registradas formalmente em cartório, mas controladas por empresários que nomeiam parentes ou funcionários, como faxineiras de suas empresas e famílias, como diretores estatutários. Com nomes que sugerem a defesa dos interesses dos aposentados, essas entidades criam sites e perfis em redes sociais para divulgar produtos como seguros e planos de saúde — todos ligados às empresas dos verdadeiros donos das associações.
Essas entidades contratavam lobistas para intermediar convênios com o INSS, obtendo acordos de cooperação técnica que permitiam descontos diretos na folha dos supostos associados. Até maio do ano passado, essas filiações eram enviadas diretamente ao INSS e à Dataprev, empresa pública de tecnologia responsável pela validação dos descontos. Após mudanças nas regras, a liberação dessas filiações passou a depender de reconhecimento facial e apresentação de documentos, como forma de coibir fraudes.
A suspeita é de que as entidades tenham acessado ilegalmente dados de aposentados e forjado suas assinaturas em fichas de inscrição. Em mais de 60 mil ações judiciais movidas por aposentados, há indícios claros dessa prática. Quando intimadas a comprovar a filiação, muitas entidades apresentaram documentos com assinaturas falsificadas ou gravações telefônicas consideradas inválidas pelo Judiciário, devido a sinais de fraude.
O dinheiro arrecadado por meio desses descontos era repassado a empresas pertencentes aos empresários por trás das associações. De acordo com as investigações da Polícia Federal, esses indivíduos levam uma vida de luxo, com mansões e carros de luxo que somam mais de R$ 20 milhões. A operação segue em andamento e novas fases não estão descartadas.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News