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Juiz destaca combate à violência contra a mulher em Anastácio e aponta desafios a serem superados

JNE
Em entrevista ao programa Nova Notícias, o juiz Dr. Luciano Pedro Beladelli, titular da Comarca de Anastácio, falou sobre os desafios enfrentados no combate à violência contra a mulher no município e destacou a importância de ações de conscientização e acolhimento às vítimas.

Um dos principais obstáculos, segundo o magistrado, é a dependência econômica de muitas mulheres em relação aos seus agressores, o que dificulta a ruptura do ciclo de violência. Ele reforçou a necessidade de políticas públicas que promovam a autonomia financeira das vítimas e ofereçam suporte efetivo.

Durante a conversa, Dr. Beladelli explicou os cinco tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Ele detalhou que a violência física envolve agressões que ferem a integridade corporal da mulher; a psicológica, embora não deixe marcas visíveis, causa profundos danos emocionais; a sexual ocorre quando há imposição de práticas sem consentimento; a moral inclui calúnia e difamação; e a patrimonial se refere ao controle ou destruição de bens da vítima.

O juiz chamou atenção para o fato de que muitas mulheres não reconhecem a violência psicológica como uma forma de agressão, justamente por sua natureza silenciosa. Ele destacou a importância de informar e orientar a população sobre todas essas formas de violência.

Dr. Beladelli elogiou a iniciativa da administração municipal de oferecer uma sala de atendimento com suporte psicológico e jurídico às mulheres em situação de violência. “A mulher pode buscar orientação, ser ouvida, e só será registrada uma denúncia caso ela queira formalizar. O primeiro passo é o acolhimento”, ressaltou.

Ele também sugeriu que os municípios implantem casas abrigo para mulheres que precisem sair de casa por motivos de segurança, estrutura atualmente existente apenas em Campo Grande. Para o juiz, esse tipo de acolhimento é fundamental em casos de risco iminente.

Durante a entrevista, o magistrado citou dois casos de feminicídio ocorridos em Anastácio nos anos de 2023 e 2024. Ambos os autores foram julgados com celeridade, condenados em prazos de quatro e seis meses, e já estão cumprindo pena. Dr. Beladelli destacou que orienta sua equipe a priorizar casos de violência doméstica para garantir justiça rápida e eficaz.

O trabalho da Comarca de Anastácio foi reconhecido com a conquista do Selo Ouro do programa “Justiça pela Paz em Casa”, concedido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar de Mato Grosso do Sul. O selo premia magistrados e servidores que se destacam no atendimento e acolhimento às vítimas.

“Esse reconhecimento é resultado do esforço conjunto de toda a equipe da 1ª Vara. Trabalhamos com empatia, sensibilidade e agilidade para oferecer justiça e dignidade às mulheres em situação de vulnerabilidade”, concluiu o juiz.


Por: Redação - Jornal A Princesinha News 

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