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Durante dois anos, a artesã Roseli da Silva Conde, de 61 anos, batalhou para vender suas bolsas de crochê em duas feiras de Campo Grande. O trabalho era árduo: montar barraca, organizar as peças e enfrentar a concorrência. Apesar do esforço, o retorno financeiro não compensava.
Foi então que uma ideia simples mudou o rumo do negócio. O marido de Roseli, Edenilson Jorge da Silva, de 59 anos, que trabalha como motorista de aplicativo, decidiu levar algumas bolsas no carro enquanto fazia corridas. A estratégia improvisada se mostrou um verdadeiro sucesso: as peças que ficavam encalhadas na feira agora ganham novos donos no banco de trás do veículo.
“Foi um bom negócio, porque vende bem, mais do que vendia na feira. Toda hora tem gente diferente no carro e esses passageiros aproveitam para ver. Quem gosta, compra”, conta Roseli.
As bolsas ficam penduradas no encosto do banco, chamando a atenção de passageiros que, muitas vezes, acabam comprando sem que Edenilson precise sequer oferecer. “Às vezes nem precisa falar. A pessoa vê, pergunta, se interessa e compra”, afirma ele.
Autodidata, Roseli aprendeu a fazer crochê assistindo vídeos no YouTube. Começou com tapetes, mas logo percebeu que preferia peças menores e mais rápidas de confeccionar. As bolsas, que leva cerca de quatro dias para fazer, custam entre R$ 80 e R$ 160, dependendo do tamanho.
Além de parceiro nas vendas, Edenilson também passou por uma reviravolta profissional. Após ser demitido de uma empresa de licitações, decidiu trabalhar com transporte por aplicativo. A mudança não só garantiu uma nova fonte de renda, como transformou o carro da família em uma vitrine ambulante das criações da esposa.
“Ele sempre me ajuda bastante e teve essa iniciativa. Primeiro levou umas, depois foi levando mais conforme ia vendendo. É uma forma de complementar nossa renda”, diz Roseli.
Apesar do sucesso nas vendas sobre rodas, ela destaca que o mercado local ainda é desafiador. “Aqui em Campo Grande é mais difícil. Em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por exemplo, o crochê é mais valorizado. Tem até desfile com roupa assim. Aqui não anima muito porque falta interesse das pessoas”, lamenta.
Mesmo assim, a criatividade e a parceria do casal mostram que, com iniciativa e apoio mútuo, é possível reinventar o negócio e encontrar novos caminhos — mesmo que seja dentro de um carro.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News